quarta-feira, fevereiro 8


Divórcio é comum entre pacientes que passam por cirurgia de redução de estômago

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Médicos que cuidam de ex-obesos notam mudanças de comportamento após emagrecimento

Camila Neumam e Cláudia Pinho, do R7
Arquivo Pessoal 
Arquivo Pessoal
A nutricionista Cibele Zalli (foto) engordou mais de 40kg durante a gravidez e chegou a 136 quilos

A nutricionista Cibele Regina Fornari Zalli, 43 anos, é divorciada. Em pleno século 21, essa condição não causa nenhum tipo de espanto na sociedade. O que faz de Cibele um caso a ser visto com mais atenção, é o fato de ela ter se separado do marido, com quem foi casada por 12 anos, depois de ter se submetido a uma cirurgia de redução de estômago, a cirurgia bariátrica.

Não existem estudos, estatísticas ou pesquisas que comprovem que as pessoas se divorciam mais quando emagrecem depois desse procedimento, mas esse movimento está sendo percebido cada vez mais nos consultórios de médicos e psicológicos que acompanham esses pacientes.

Para Cibele, a separação foi uma consequência natural do processo pelo qual passou após a operação que fez em 2001, quando chegou a pesar 136 quilos. Sua condição de obesa começou durante a gestação.

- Engordei 45 quilos durante a gravidez. Tive depressão, comi muito durante os nove meses. E no período da amamentação, quando a maioria das mulheres emagrece, ganhei mais 10 quilos. 

Seis lipos depois, hoje ela está com 75 quilos e feliz da vida. Mas se lembra com amargura dos tempos em que sofria com seu peso.

- O gordo quer ser aceito por todos, entãose sujeita a todo tipo de situação. Ficamos sem personalidade. A partir do momento que emagrecemos, a autoestima aumenta e começamos a ter ideias. Daí, surgem os conflitos. Mudei e passei a enxergar meu marido de outra maneira.

Em muitos casos, a baixa autoestima faz com que os obesos se sintam incapazes de receber afeto e, geralmente, a sexualidade é afetada. Cibele é um exemplo disso. 

- Me achava feia. Quem transaria comigo, senão meu marido?

Ao emagrecer, ela começou a usar roupas mais justas e a se sentir mais elegante, e passou a notar olhares de admiração de outras pessoas.

- Percebi que eu existia. E quando isso aconteceu, vi o quanto havia me omitido.

“A mulher obesa é pouco respeitada”

Para Thomas Szegö, presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM), esse tipo de situação é bastante comum. - Isso ocorre porque a mulher obesa é pouco respeitada na sociedade e em casa. Ela própria não se respeita. Sua autoestima é baixíssima. Quando ela emagrece, passa a exigir esse respeito, principalmente por parte do parceiro.

Uma outra razão para o fim de um relacionamento é o ciúme. É comum a mulher se esconder em roupas largas, escuras, o que deixa o marido em uma situação muito confortável e segura. Quando a parceira emagrece, passa a usar roupas mais justas, o corpo fica mais evidente e o homem não consegue controlar o ciúme. 

Esse tipo de reviravolta no comportamento pode acontecer entre os homens também, mas como o índice de cirurgias é maior entre as mulheres, fica mais evidente entre elas. Das 30 mil cirurgias realizadas no ano passado, 80% dos pacientes eram mulheres. Segundo o Ministério da Saúde, existem cerca de dois milhões de pessoas com obesidade mórbida no Brasil.  

Mas ao contrário dos casos em que os pacientes desenvolvem comportamentos negativos, como transferir sua compulsão para o álcool, os jogos ou às compras, o fim do casamento pode ser visto como algo positivo. 

É como se ao emagrecer, a mulher tomasse coragem de resolver pôr fim a uma relação há muito tempo desgastada. Para Szego, “isso não pode ser encarado como algo ruim. A mulher está tentando recuperar o respeito”.

Foi o que aconteceu com a cabeleireira Paula Nóbrega, 37 anos. Há seis anos, ela pesava 123 quilos e tinha um casamento infeliz. Mãe de três filhos, Paula conta que seu marido não era uma pessoa muito amável, trabalhava demais e estava sempre ausente.

- Meu casamento não estava bem, mas eu não sabia. Sofria muito por ser gorda, pela falta de atenção do meu marido. Passei a sentir dores pelo corpo e os médicos, depois de me virarem pelo avesso, disseram que eram de fundo psicológico.

Com a cirurgia, Paula mudou de vida. Perdeu 56 quilos e nunca mais sentiu as dores do corpo e da alma. Dois anos depois, ela decidiu se separar do marido.

- Quando eu emagreci, passei a me sentir bem com o meu corpo. Tive forças para dar uma basta naquele casamento que tanto me incomodava. Hoje sou outra pessoa, trabalho e sou feliz.

Paula encontrou um novo amor e há um ano está noiva, com o casamento marcado para novembro.

Cirurgia melhora saúde e autoestima

Segundo Artur Garrido, um dos pioneiros da cirurgia bariátrica no Brasil, e proprietário da Clínica Garrido, “as pessoas ganham autoestima, melhoram a saúde física, a adaptação social e deixam de aceitar determinados comportamentos antigos. É comum até mudarem de emprego. Mudam seus padrões de vida e, não raro, acabam se separando”.

Já para o psiquiatra Adriano Segal, presidente da Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (Abeso), não é possível afirmar que todas as separações entre os ex-obesos sejam causadas pela cirurgia. 

- É uma população que muitas vezes já apresenta algum tipo de distúrbio psiquiátrico e quando tiramos o obeso da antiga realidade, tiramos o seu equilíbrio. Mas em alguns casos, isso pode até melhorar o casamento.  

De qualquer forma, a mudança na vida desses pacientes é imensa. Daí a importância do acompanhamento multidisciplinar antes, durante e depois da cirurgia. Até para evitar decisões precipitadas.

Segundo a psicóloga Marlene Monteiro, do Grupo de Cirurgia Bariátrica e Metabólica da Clínica Cirúrgica do Aparelho Digestivo do Hospital das Clínicas de São Paulo, logo após a cirurgia, os pacientes passam por um momento de extrema euforia. 

- Eles acreditam que podem dar conta do mundo. Muitos mudam de emprego, de parceiro, compram quantidades enormes de roupas, adiam casamento e se separam. Há uma modificação de comportamento. Uns para o bem e outros para o mal.

Para Szegö, a função dos profissionais envolvidos no processo da cirurgia é prever esse tipo de situação. 

- Sempre pedimos ao cônjuge que acompanhe o paciente nas consultas. Se percebemos que a separação é algo que pode acontecer com eles, orientamos para que procurem ajuda terapêutica depois.


Fonte: Portal R7 Notícias

23 comentários:

JóiJói disse...

Ahhhhhh, num quero separar não!
Mas isso é a coisa mais comum que existe. A maioria das pessoas que eu conheço, se separaram...
Acredito que a gente não possa colocar a culpa de algo que já ia ruim das pernas na cirurgia né? Acho que assim como a comida, a pessoa começa a selecionar na vida, o que faz bem pra ela...rs
O que não faz, joga fora! rsrs
Quanto ao ciume, meu nooivo não quer sentir ciumes sozinho: Se matriculou na academia e vai ficar saradão! rsrsrsrs
Lá vai eu me preocupar com as piriguetes! Uhauhauhauah


Beijo Jú!

Em Busca da Felicidade disse...

a psicologa chegou a falar isso comigo, mas por dos ciumes ela até perguntou se meu esposo era e graças a Deus nãoo , sente sim aquele ciuminho, mas nada de exagerado rsrsrs. Eu não separou dele por nada rrsrsrs

Beloca disse...

Acho que a GORDA se submete a relacionamentos destrutivos, pois desconhece seu potencial...
Quando emagrece se redescobre...
Daí pimba: divórcio.
Se no relacionamento há amor, carinho, apoio o emagrecer não mudará isso, pois o outro será o seu grande incentivador!
Beijos

Alê Lourenço disse...

Beauty, adorei a reportagem. Você tem razão, quando há amor, o parceiro é nosso maior incentivador. No meu caso meu marido é meu melhor amigo e companheiro. Me acompanha nas consultas e nos exames e está vivendo cada momento ao meu lado. Mas muitos casos, a mulher mantem a relação por baixa auto-estima. Ai quando aprende a se amar, dá um basta mesmo. beijinhosss

Anônimo disse...

Eu comentei isso com o meu marido outro dia. De uma pessoa que foi operar e quando se despediu do marido o Dr. falou para ele se ele estava preparado. Preparado para que, disse ele? Aí o Dr. respondeu que a maioria das suas pacientes trocavam de guarda-roupas e de marido depois da cirurgia.
Eu acho que quando a gente está gorda deixa de receber elogios do marido. Depois quando emagrece passa a ouvir na rua. A baixa auto estima de antes vai embora e tudo o que ela quer é elogios e paparicos que já não ganha mais em casa. Arroz e feijão, depois pra que? kkk
Adorei o post.
Bjs

Ane Caroline Oliveira disse...

não posso falar nada a respeito pois nao sou e nunca fui casada, mas que vai ter gaviao rondando meu terreno de agora pra frente eu sei q vai.....rssss

Juliana Pogorzelski Abreu disse...

Oi Juju! Pois é menina! Ouvi falar disso no dia da palestra, a psicóloga foi bem enfática quanto a isso! É um alto índice!! Mas depende mais se você estava levando seu relacionamento com a barriga ou não! - Casei-me em 29/10/2011, ja namorava a 4 anos, meu esposo ja havia me conhecido magra, mas quando fiquei com ele ja estava engordando consideravelmente. Não acredito nisso, Primeiro porque para mim, casamento é pra sempre, segundo porque o amo! :P~~~~ ótimo post! bjinhos

*Naná* Edna Grandchamps e Aurea Luz disse...

Oii.. passei aqui pelo seu cantinho e adorei!!
Tbm estou no caminho da cirurgia, a minha é dia 28/02, espero que dê tudo certo pra vc =)

adorei a reportagem.. qdo nossa autoestima muda, muita coisa muda, e é engraçado q a pergunta q mais fazem para o meu namorado é se ele vai ter muito ciumes e como ele acha q vai ser depois q eu fizer a cirurgia.. rsrs

vou te seguir.. gostei dos seus posts!!

bjos

Anônimo disse...

Companheirismo e parceria deve existir em qualquer momento da relação, este post é muito bem vindo aos maridos tbm, para que admirem ou voltem a admirar as mulheres que estão ao seu lado, independente do peso. Bjs, muito interessante a matéria!

Juliana Pogorzelski Abreu disse...

Concordo inteiramente com Você! :D~~

Rose C. disse...

Oi Juliane

Muito interessante esse artigo. Acredito que o acompanhamento psicológico antes e depois da cirurgia seja muito importante, pois a pessoa precisa entender o papel que tem a comida em sua vida. Quando mudam os hábitos alimentares pode ocorrer uma substituição de sintomas. Além disso, a mudança da imagem corporal trará novas realidades. No entanto, um casamento que já não ia bem pode ser afetado porque o cônjuge obeso fortalecerá sua auto estima com o emagrecimento e poderá tomar decisões que antes não tinha coragem.Beijos

Lu Fernandes disse...

Bom dia moça bonita!!!!!!!!!! A verdade é que as mudanças ocorrem e devemos estar preparadas né??rsrs bjsssss

A mãe disse...

A reportagem diz tudo: são casos de pessoas que se anularam devido a obesidade e que acabaram de certa forma rejeitadas pelos parceiros. Acho que quando o amor e o tesão continuam, as chances de algo assim acontecerem são menores. Em caso contrario, a chance é grande, muitas vezes não chega a uma separação, mas a pequenas vingancinhas pessoais diarias, como provocar ciúmes. Ótima postagem Ju! Bjosss...

Por Paloma Coelho disse...

gostei da materia.. beijos

Kêkê disse...

Oie Juliane, sou nova por aqui no seu blog e estou adorando, reportagem muito boa, precisamos saber que as mudanças serão inúmeras mas que a nossa essência deverá ser a mesma para que olhemos nos espelho e consigamos ver os nossos valores e caráter sempre presentes...Devemos sempre estar em busca da felicidade né?? Ah me visita no meu cantinho, ainda esta meio cru, mas te aguardo com carinho: http://erosepsi.blogspot.com/2012/02/dicas-para-decisao.html

Bêa Bia disse...

Nossa Juuuuuuuuuuuu fiquei de cara com esse post, gatinha!!!

Poxa, obrigada pelas inúmeras visitas no meu blog...eu tava meio off...vamos nos add no facebook pra ficar mais fácil a comunicação? Só que no face eu não falo mto sobre a cirurgia...tenho vergonha! =/


Eu tbm me divorciei...e por isso mesmo que te digo que fiquei de cara! é bem tudo isso ai mesmo!!!

Adorei seu blog...to te seguindo.

Beijão!

A Fim de Viver disse...

Acho que isso vai mesmo de como era o tratamento enquanto obesa.

=***

Anônimo disse...

passei pela cirurgia bariatrica em 2006 e depois que emagreci meu marido nao acompanhou a minha mudança e meu auto estima mudou e melhorou com isso se tornou um homem extremamente louco de ciumes eu ate achava as vezes que era um psicopata enfim procurei uma terapia em casal para ele aceitar a separação mas ele nao aceitou e tentou o suicidio e colocava meus filhos contra mim, com isso fiquei desempregada por causa dele e hoje me enontro em uma situação assim, voltsmos apos um mes de divorcio estamos juntos novamente e nada mudou qto o ciumes ele diz q é louco por mim tem hora q nao entendo mas nada, adorei seu blog otimo mas nao sou uma pessoa feliz vivo pelos meus filhos e estou totalmente sem perpectivas de vida, preciso de um recomeço legal...

Pri disse...

Acredito que pode haver separação sim!

Anônimo disse...

Oi,

Me ajudem a entender. Eu sempre apoiei minha esposa , estive sempre com ela quando gorda, apoei todas as tentativas de emagrecimento, não sou perfeito, mas apoiei sim e sem cobranças.
Agora que ela emgreceu, esta muito mais linda.... É como seu fosse o culpado de ela ter sido gorda... É assim mesmo? Eu só servia pq ela nao conseguiria naca melhor ?... Nao creio nisso......

Desculpa o desabafo aqui .. Sei que é um lugar de mulheres por aqui,,,, mas sou um marido, que esta perdendo o amor da vida porque ela emagreceu... Eu sempre amei a pessoa, gorda ou magra,,,

Anônimo disse...

Pelo que venho pesquisado, tem um grande índice de pessoas operadas que após emagrecem se separam e sempre a desculpa é a mesma, que o parceiro ou parceira não valorizavam quando eram obesos, ai me pergunto, será que todos (as) eram assim? Já presenciei uma amiga obesa e o marido humilhando, mas nem todos são como aquele babaca, eu percebo que muitos são parceiros e mesmo assim, a pessoa operada cria motivos para dizer que a outra não apoiava, sendo assim ter um motivo para a separação. Acho que com a cirurgia a pessoa fica se sentido demais para a outra pessoa, os atributos que antes lhe agradavam na outra pessoa, não agradam mais, seja ele fisicamente como na personalidade. Nem todos os companheiros (as) maltratam ou desfazem o obeso, a questão que o obeso quando emagrece as vezes cria motivos porque ele acaba se achando demais para o parceiro.

Anônimo disse...

Posso dizer a respeito. Namoro uma moça que fez a cirurgia, ela esta se sentindo muito melhor, e eu fico feliz com isso. Porem, é evidente que ocorrem mudanças, no humor, na autoestima, varios aspectos pessoais sofrem mudanças. Eu estava acostumado e adaptado ao perfil da pessoa antes da cirurgia. Com as mudanças, é quase como uma outra pessoa, mesmo sendo a mesma. Consigo perceber isso e tenho plena consciência do que esta acontecendo, porem , o complicado em levar o relacionamento com uma mulher que muda seus aspectos pessoais por conta de uma cirurgia são as mudanças inesperadas. Assimilava melhor o perfil como era antes, e preciso assimilar um perfil novo numa mesma pessoa. Para terminar, tudo isso nao diminuiu meu amor por ela, nao penso sequer em terminar, mas fica claro o que ocorre com casais em que a mulher faz a cirurgia e , depois termina sua relação.

Anônimo disse...

O QUE FAZER quando nesse processo de transformações pós cirurgia o amor ainda é reciproco (há um feedback mas claramente enfraquecido por parte do integrante operado: menos procura, menos carinho, menos atenção, etc) mas a confiança está abalada por mentiras descobertas e omissões evidentes? Quando a pessoa pós operada até inicia amizades nas redes sociais com pessoas do sexo oposto que jamais viu na vida? Quando a pós operada se torna levemente arrogante e menospreza (mesmo que sutilmente) o namorado? Quando a pós operada não frequentou além da 1ª sessão do tratamento psicologico antes da cirurgia, tão pouco no pós e portanto não se cientificou também dos possiveis impactos no parceiro?
Quando o namorado (eu) está bastante inseguro, ciumento e sofrendo de uma tristeza que parece não ter fim? (Atributos de que nunca possui antes, emoções totalmente novas para mim)
O QUE FAZER, ALGUÉM PODE ME AJUDAR? pS. estou fazendo tratamento psicologico.

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