Após muitos anos mantendo o meu
peso na casa dos 60 Kg como eu havia citado antes, eu engravidei e engordei
incríveis 40 Kg. No início, achei que iria conviver novamente com o excesso de
peso, mas para minha surpresa, eu acabei retornando ao meu peso “quase normal”
3 meses depois. Mesmo eu ter voltado à casa dos 60 kg, para ser exata aos 67 Kg,
eu queria mais, queria poder voltar a ser magrinha com o meu corpo de antes.
Por incrível que pareça, por muitas vezes eu me sentia gorda! Quanta bobagem... Se hoje eu estivesse
com este peso seria minha felicidade completa.
No ano de 2008 eu conheci o meu
atual marido e foi uma paixão arrebatadora, tanto que dois meses depois
havíamos nos casado. Não sei se relaxei na época, mas eu engordei uns 5 Kg nos
primeiros meses de casada. Tentava voltar ao peso de origem, mas as coisas na
minha vida estavam para mudar drasticamente, me fazendo engordar sem parar. No primeiro ano de casamento tivemos muitos problemas financeiros, mudanças para pior como de moradia e de padrão de vida e no final deste um ano eu já havia engordado uns 10 Kg, mas sempre tentando emagrecer. Como citei anteriormente, julgo que comemos angustia e tristezas, pelo menos no meu caso, e estes sentimentos pesam muito.
Nesta época eu fazia faculdade de
nutrição e o meu excesso de peso me fez desistir de completar a faculdade, pois
para mim ficava difícil passar pelo julgamento de minhas colegas,
principalmente se tratando do curso que eu estava fazendo, o que foi uma pena.
Começaram também os julgamentos de toda a família e por muitas vezes tão cruéis
que nem eu entendia como alguém tem a coragem de me julgar ou fazer piadinhas
sem nem ao menos perguntar como eu estava me sentindo naquela situação. Acho engraçado como o gordo é julgado como
culpado, como fracassado, sendo que precisamos de apoio e ajuda e não de
ofensas que nos deixam pior ainda. Continuando... Para tentar reverter nossa
precária condição financeira, eu e meu marido resolvemos vender o nosso
apartamento e mudarmos para São Paulo já que ele é de lá e as oportunidades na
área a qual ele trabalha são maiores, fora pelo fato de ele conhecer muito
melhor seu estado e as respectivas empresas do ramo. Não conseguia acreditar
que no ano anterior nós levávamos uma vida financeira estável e acabamos assim,
com muitas limitações e dividas. Meu marido tinha um cargo excelente em uma
grande empresa de São Paulo havia 10 anos. Estava aqui no Rio Grande do Sul
temporariamente e após retornaria a sua cidade, mas como havíamos nos conhecido,
ele pediu demissão para ficarmos juntos e foi ai que nossa vida decaiu
significativamente. Felizmente meu pai nos apoiou e ajudou com tudo que pode, não
medindo esforços para que tivéssemos uma vida pelo menos não tão dura. Mas, A
ida para São Paulo naquela situação seria o mais acertado a fazer.
Nós sempre apostamos no nosso
amor e sempre passamos por todas as fazes muito unidos. Quando efetivamente vendemos
o nosso apartamento e terminamos o planejamento de nossa viajem deixando tudo
pronto, meu pai passa mal e é levado para o hospital por nós. Os médicos
fizeram inúmeros exames e até foi cogitada a hipótese dele ter tido um derrame,
pois o que tinha sido curioso era o fato dele não estar conseguindo falar
corretamente, apesar de aparentemente estar bem. Foi então que através de uma
tomografia foi achado um tumor cerebral e desde então nossos planos mais uma
vez modificaram completamente.
Meu pai era nosso esteio, nosso
chão, um amigo tão querido para meu marido, que saber de sua doença foi um
baque incrível em nossas vidas. Decidimos a partir adiar a viajem e ficar para
cuidar dele, o que não foi e não esta sendo fácil.
No ano de 2010, meu pai ficou 4
meses internado e foi submetido a 2 cirurgias, uma de ponte de safena e uma de
craniotomia para retirada do tumor. Através
de uma biopsia descobrimos que meu pai
tinha um tumor cerebral maligno chamado glioblastoma multiforme, ou seja, a
sentença de morte estava assinada, pelo menos era o que os médicos davam a
entender. Moramos no hospital nestes 4
meses e nossas vidas se tornaram um caos total. Meu filho nesta época vivia
sendo colocado em segundo plano e eu mesma era jogada para quinto plano, foi muito
difícil para nós. Quando meu pai teve alta do hospital, tinha convulsões, perda de memória e
dificuldade de andar. Resolvemos nos dedicar completamente a cuidar dele, tanto
que fomos morar em sua casa e planejar para nos mudarmos depois.
Todos os médicos que cuidaram e cuidam dele sempre falavam
em expectativa de vida para no máximo 1 ano e que dificilmente ele iria passar
disto, o que foi um choque para nós. Meu marido emagreceu ao ponto de ficar
irreconhecível e eu rumei ao lado oposto engordei sem parar chegando aos 95 Kg.
O tempo passou e meu pai entre melhoras e pioras sempre esteve conosco e esta
expectativa de vida ficou de lado, pois ele passou por todas elas.
95 KG |
1 ano antes com 65 KG na faculdade de Nutrição |
3 comentários:
VC é muito guerreira
Olá Gomes!!! Seja Bem-vindo ao meu blog!!! E obrigado pelo comentário...
Vou tomar vc como exemplo.... Você é mto guerreira!
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